segunda-feira, 14 de junho de 2010

Indo, Indo. Deixe que vá!

Agora eu vou sentar aqui e ver você ir embora. Não vou te gritar. Tampouco pedir que volte. Vou sentar, acender um cigarro e ver você partindo. Indo de encontro ao bom, ao que tem que ser. De encontro ao melhor, pra mim, pra você. Pra terceira pessoa – ou energia, não importa – que eu costumo chamar de “nós”. O melhor para o “nós”. Mesmo que o melhor, pro terceiro membro, não me agrade. Me deixa assim, sentindo que um pedaço do coração está indo. Indo dentro da tua bolsa. Que sentado aqui, vejo você carregar. Você não olha pra trás. Não é viável. Não olhar para trás é lutar pelo melhor de “nós”. Sem exigências. Sem dramas. Nem lágrimas. Você vai, você está indo. E eu aqui sentado vendo você ir. Eu não levanto. Não grito. Não por falta de vontade ou amor. Por saber que não levantar e gritar é te amar, ainda, sobretudo. Sobretudo os outros corpos que se encontraram com o meu. Sobretudo o outro corpo que vai se encontrar com o teu. Sobre tudo. Sobra tudo. Tudo que fazemos questão de guardar. Tudo que o “nós” se encarregou de lapidar e fazer a história mais bonita-conturbada-feliz-chorosa do mundo. Quero lembrar, dos sorrisos. Do aço no sorriso. Das mãos. Ai, mãos lindas você tem – as mais bonitas. E de como você me entende. Defende. Acredita que por alguma coisa, há alguma coisa de especial em mim. Não tem. Você que vê. Porque ver o melhor de tudo, sempre foi a tua qualidade, não a minha. Agora, sentando aqui, vendo você ir embora. Não vejo mais, porque existem dois passarinhos em um fio, um tenta voar, e o outro, espera que consiga. Voar. E eu vou acreditar em tudo, e não há nada que eu não vá entender.

2 comentários:

  1. "Quero lembrar, dos sorrisos.",
    "..e não há nada que eu não vá entender."

    Aaaaah.. Estes textos são perfeitos! *-*

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