segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Ainda não é hora'

E até o amor não é mais novidade. Porque ele já bateu na sua porta com uma força tão violenta que você fica pensando o que vai ser quando ele resolver voltar. E ele sempre volta, cada vez mais forte. Volta somente para te avisar que não é essa a hora, não é esse o momento, não é esse o lugar. Grita dizendo que você está fazendo tudo errado, que ainda precisa se ralar toda, comer muito arroz com feijão e se preparar para o que está reservado pra você. E vai embora deixando um “me esquece” pregado no espelho. E você se torna uma pessoa cada vez mais apaixonada. Altas doses de filmes e livros e musicas e poesias estão te deixando meio embriagada. E na tentativa inútil de sarar a dor, fica querendo sambar, e dançar com par diferente pra variar. E finge. Tudo o que tem feito é fingir, sabe como é? A gente acaba inventando uma paixão para se distrair, para se reerguer, para esquecer o outro amor. É tudo mentira. E você devolve os presentes, devolve as cartas, devolve os discos e tanto faz. Nada satisfaz o que você precisa. Acaba se sentindo culpada por mandar o outro embora, por fazer exatamente a mesma coisa que fizeram com você dias atrás. Fica se cobrando por não ser capaz de retribuir o amor que te deram de bandeja. “Ele não merecia isso...”. Azar! Ele não merece, você não merece, ninguém aqui merece coisa alguma. O melhor é economizar alma e ir vivendo sem ter um coração batendo. Suave é viver só.

 E eu que pensei que já tinha virado pedra.

Borboletas paralíticas.

Cansei de pensar que as coisas só acontecem no seu tempo.
De onde vem a calma? O que fazer com o desejo não realizado, a palavra não dita, o abraço não dado? O que eu faço aqui, quando tudo que eu mais quero é estar lá?

"Uma borboleta bate asas no Japão e causa um tornado no Brasil.