sábado, 19 de junho de 2010

Desconforto.

Nada tá bom, nada tá certo. Nada é suficiente para me deixar satisfeita. Ando com crise de superioridade e não sei se me envergonho ou me orgulho disso. "Prepotente você, por demostrar indiferença e dispensar um elogio meu", alguém me disse. Quando penso que cheguei no meu limite, descubro que tenho que me esforçar um pouco mais. Rigorosa com tudo. Esnobe demais para demostrar interesse em coisa alguma. Orgulhosa demais para aceitar os defeitos dos outros, indiferente demais para me apegar a sentimentalismos.
Descarada, nunca digo a verdade. Só faço confundir. Até a verdade é meio duvidosa se for dita por mim. Abuso de reticências e nunca uso um ponto final. Manipulo as pessoas a meu favor. Não estou nem aí. Egoísta demais para me preocupar com os outros.
"O mundo é dos espertos", alguém me disse. Não, o mundo é dos otários, respondi.
Minha cabeça ferve de pensamentos obscuros. Cheguei a morder meu braço até ficar roxo, pelo simples prazer de sentir dor.
Ninguém tem paciência comigo, ficam muito cansados com as minhas conversas porque eu não dou sussego um minuto sequer, não consigo relaxar. Estou sempre questionando tudo, fugindo do óbvio, duvidando dos fatos. Perfeccionista, insuportável!
Eu que sempre critiquei pessoas desse tipo, estou me tornando uma?
O silêncio nunca me incomodou tanto. Quero gritar ao mundo todo o que guardo entalado na garganta, me jogar do mais alto pico sem ter pena de mim mesma. E eu não tô jogando limpo, não quero saber de regras. Dispenso seu braço direito e seu ombro amigo, dispenso tudo o que vier pela metade, não quero metade de nada. Se é pra fazer, porque não faz direito? Porque não vai até o fim? Covardes, devagar, limitados, isso que são. Se intimidam com um olhar mas não sabem desvendar o que tem por trás dele. Ficam só de braços cruzados esperando que eu me prontifique a explicar as coisas. Isso me cansa profundamente. Ando "complicada demais para sua capacidade de raciocínio."
Está na hora de alguém me explicar as coisas, porque estou cansada de ter que entender tudo sozinha. Quero alguém que me pertube e me conforte, alguém que me bata e depois assopre, mas que não demore muito pra assoprar porque eu sei me curar muito rápido sozinha. Alguém que aperte meus braços e me sacuda com força (sim, é disso que estou falando). Quero que gritem comigo, me digam quem sou, para onde vou e o que tenho que fazer. Alguém que saiba do que eu preciso.

Quero alguém para mandar em mim, porque eu já cansei de ter que mandar nos outros.
 Talvez eu nem queira alguém. Eu quero você, só você, que insiste em me torturar ficando sempre tão longe de mim...

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