domingo, 13 de março de 2011

Histórias de mim mesma.

Vim sozinha e sozinha irei. Cheia de pose, cor nas unhas e nos lábios, olhos falantes e que chamam, lágrimas derrubadas por um amor só meu:  Sou uma corrida para chegar ao nada imenso. Tragicamente sou, e só assim posso existir, através do meu próprio fracasso. Sou atriz de mim mesma.
A foligem do mundo cai sobre mim e me alimento disso. Da vontade de querer um corpo somado a uma alma e da qualidade de ser plural na santidade e na loucura. Meu mal sou eu.
A música toca, o vento sopra, o chá borbulha, o cigarro queima. Preciso do estrago para sentir que há a reparação, e recomeço, das minhas próprias cinzas, velando minha tristeza, chacoalhando meu corpo e sentindo a vida me adentrar pelos poros. É por isso que tenho estômago resmungão e olhos famintos. Tenho asco da vida tal como ela é. Procuro, arranjo e quero sempre mais. Me meto no perigo porque quero a plenitude de toda a miudeza. Quero ir com a corrente mais leve, mais solta, mais clara. Ah, como me pesa viver. Já não me suporto mais em nada.
Minha vida é essa: eu tentando me desmistificar a mim.
                                                    Tati bernardes.

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